quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Sobre o dogma central e a via especial dos RNAs

Olá, queridos colegas de sala de aula, gostaria de iniciar uma discussão sobre o Dogma Central da genética, e em especial do Sistemas de RNA.
Então, verifique que o dogma central explica que o código genético está "escrito" (mantido!) na estrutura do DNA. O DNA como molécula de codificação replicável permite que o código seja transmitido a cada nova célula (ou em partículas virais). Mas as ações (quer catalíticas - enzimáticas -, quer estruturais) são realizadas especialmente por proteínas.
Mas as proteínas representam uma estrutura baseada em aminoácidos, enquanto o DNA é estrutura em nucleotídeos. Assim, é necessário uma tradução da informação de uma linguagem (a dos nucleotídeos) para outra linguagem (a dos aminoácidos).
O sistema de RNA é o responsável por este processo. Ou seja, o sistema de RNA que envolve diversos tipos de RNAs realiza o processo de transmissão da informação a partir do DNA para a formação de proteínas.
Estes diversos tipos de RNAs, incluem os já clássicos - RNA mensageiro (RNAm), RNA transportador (RNAt) e RNA ribossômico (RNAr). A observação fundamental é que o RNAm é o que codifica proteínas.
Assim, os outros RNAs são RNAs não codificantes, que incluem o RNAt e RNAr, mas também outros tais como microRNA, lncRNA, siRNA, piRNA.
O RNAt é aquele que ligado a aminoácidos, carream estes para os ribossomos ligados ao RNAm segundo a ordem das trincas nucleotídeas (códons).
O RNAr é um dos RNAs que têm função catalítica, e proporcionam o encontro do RNAt e o RNAm, para que se processe a tradução do RNA em proteínas.
.
O microRNA começa a ficar clássico (risos!) e refere-se ao RNA que transcrito ao mesmo tempo que o RNAm, é capaz de bloquear o RNAm impedindo a leitura por RNAr. Assim, regula a síntese protéica.
.
E foi publicado hoje que o lncRNA (RNA não codificante longo) junto com os elementos Alu (parte do DNA repetitivo não codificante e disperso no genoma) também regula a tradução. E faz isto promovendo a degradação do RNAm após a produção de uma quantidade específica de proteínas. Isto garante que proteína em excesso não seja produzida.
.
Outros RNAs serão discutidos em outra oportunidade. Obrigado pela visita.
.
Portanto, vale a pena observar que embora apenas 2% do DNA esteja codificando RNAm e assim proteínas, os outros 98% de DNA não são lixo, mas codificam os RNAs não codificantes de proteínas, que têm importantes funções, notadamente as reguladoras da expressão gênica.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Professor muito interessante esse artigo!

    esse é o link do meu blog dê uma olhadinha:
    http://liviakarynnelivia.blogspot.com/
    depois diga o q acha!

    ResponderExcluir